“Sim” ou “Não”


O tédio apodera-se de mim
Aguardo impaciente…
Um sinal que me diga “Sim”!

Na face dou um retoque,
Os finos pentes da escova
Atravessam-me os cabelos
E a borbulha que me perturba
Sente um revoltado toque.
Da cigarrilha tiro um cigarro
As horas vou espreitando
E um cigarro fumando…

Sinto-me impotente
Nada posso fazer…
Um segundo é um minuto,
Um minuto uma eternidade.
Algo que traduz
O meu estado de espírito,
O tempo e a sua relatividade.

Expectante deslizo
A demorada resposta.
O canal que me une a ti,
Toda a sua estrutura
À prova será posta…

Surge o último sinal
Que me diz “Não”...
Sinto-me frágil, incapaz
O chão estremece,
Dá-me o frio sinal
De te deixar em Paz.

Adormeço…
Repleta de um profundo vazio
Não tenho sonhos…

Quando acordo,
Relembro.
Sinto um amargo nó
Um aperto no coração
Que me faz sentir
Verdadeiramente Só.

23 Outubro, 2009

4 comentários:

Anónimo disse...

Gostei bastante do poema, para mim o melhor do blog para já. Espero por mais novidades...

1 de Novembro de 2009 13:59

Lua7 disse...

"Anónimo"
É sempre bom ver que, desse lado, existe alguém que perde um pouco do seu tempo, para fazer uma visita ao meu Espaço Lunar...!
Obrigada!

1 de Novembro de 2009 14:16

Anónimo disse...

Palavras deitadas fora, numa época em que as palavras são cada vez mais importantes...

16 de Novembro de 2009 01:34

Tiago Bart disse...

Este está muito bom, Lua :)
Profundo, intenso...
beijo

31 de Dezembro de 2009 13:39